Poema

cismado

(bestiário sísmico se aproxima)

braço terremoto de cãibra e cócega
interrompe o sono

caralho envirilha esguicho ao talho
interrompe o sono

— alguém esquece o aparelho ligado

jazz café e veludo vermelho
desenha, o contrabaixo

salto agulha, martini e cereja
— traga sono:

contar,
farpas de arame:
bezorros de chifres verdes na cerca

— do fogo antiaéreo
gastrite, cigarro entre dedos
coceira entre dedos
membros hibernam estanques na alcova —

besuntos de groselha empalando carneirinhos
interrompem o sono

bezorros largam seus chifres na lã

e se despedem

janelauroras despem o aposento

fechados olhos,
as pálpebras vibram

(2002/2003, publicado originalmente na revista Sibila em nov. de 2010)

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