Resenha

Raul Bopp, Cobra Grande & Senzala

Em literatura e, ainda mais, em poesia, o indivíduo leigo – que senta ao nosso lado no banco do ônibus e cujo conhecimento na área vai até as aulas do Ensino Médio – costuma ser um excelente termômetro.

A grande maioria dos autores consagrados para nossa “formação” são completamente desconhecidos a esse indivíduo. Os que são lembrados podem ser considerados popstars. Camões, por exemplo. Todo mundo já ouviu falar de Camões e d’Os lusíadas.

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Resenha

Canalha!

“He was a Poet, sure a lover too”
(“I stood tip-toe upon a little hill”, Keats)

Canalha! (Bertrand Brasil, 2007, 320 p.) é o mais recente apanhado de crônicas do escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, 36 anos. O livro desbancou Rubem Alves e a culinária de Déa Rodriguez da Cunha Rocha na categoria Contos e Crônicas do Prêmio Jabuti 2009. A ele se segue Diário de um apaixonado, definido no site do autor como “uma versão masculina do álbum ‘Amar é…’”.

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Resenha

Cordéis cepecistas de Ferreira Gullar

No início dos anos 1960, marcando sua adesão à militância partidária do comunismo, Ferreira Gullar publicou alguns cordéis pelo Centro Popular de Cultura (CPC), do qual chegou a ser presidente.[1]

O CPC foi um grupo que, apesar de autônomo, era inerente à ideologia do Partido Comunista Brasileiro. Essas publicações não são apenas uma reviravolta na produção que o poeta maranhense vinha realizando até então. São também uma forma de tocar em uma das questões menos resolvidas e mais discutidas ao longo do ciclo do nosso modernismo literário: a relação entre a arte e sua recepção por parte do público.

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